Trabalho na Alemanha

Eu me inspirei neste post da Eve e resolvi escrever sobre o mesmo tema.

Trabalhei em duas. A primeira eu não considero uma empresa tipicamente alemã, e sim uma verdadeira Torre de Babel. Meus colegas eram ingleses, um irlandes, um croata, um brasileiro, uma mocinha do Quirjistão, russos, franceses, uma turca, um italiano, uma finlandesa (ou seria norueguesa, não lembro mais), duas chinesas e alguns alemães. Levem em conta que a empresa não era grande, mas tinha cerca de quarenta funcionários. Além disso, o casal de donos da empresa era formado por uma francesa e um alemão que eu nem considero tão alemão assim. Digamos que ele seja um “cidadão do mundo”.

Agora eu não estou em uma empresa alemã. Estou em uma empresa bávara. Creio que oitenta porcento do pessoal seja bávaro. Um dia eu conto sobre a diferença sobre ser bávaro e ser alemão.

Trabalhar em empresa alemã é um assunto amplo. Depende da região onde a empresa está, do tamanho da empresa e do ramo onde ela atua. Também depende da sua postura diante dos colegas, da forma como você se posiciona. Isso vai influenciar o comportamento deles com relação a você.

Empresas internacionais tendem a seguir uma prática profissional mais globalizada (ou americanizada, para ser mais precisa). Empresas menores costumam ter uma hierarquia mais horizontal, com chefes mais acessíveis. Formalidades são sempre mantidas externamente, mas não internamente. E o relacionamento com os colegas é construido com o tempo e depende muito de você também.

Mas creio que a principal diferença que percebo aqui é na postura no trabalho, o que combina com o texto da Eve, citado acima. Cada um tem noção das suas tarefas e responsabilidades, e os colegas confiam nisso. Isso significa que raramente você terá seu chefe controlando a hora que você chega e a hora que você sai. Cartão de ponto não existe. Mas ele espera sempre que você mostre resultados.

O resto são regras básicas que considero universais, que nem todo mundo no Brasil segue, mas que todo mundo conhece (ou deveria conhecer): sinceridade, honestidade, transparência, educação. Senso de iniciativa e foco sempre são valorizados, submissão cega não é bom. E, claro, falar alemão ou visivelmente se esforçar para aprender e mostrar desenvolvimento. Neste ponto eles até ajudam no processo.

E para quem é desenvolvedor, vale mencionar que a região sul da Alemanha está com muita vaga! Desenvolvedores estão literalmente sendo caçados, especialmente na área de desenvolvimento de software.

No mais, vale a pena conferir o post da Eve sobre o assunto, e as impressões dela.